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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Fim de Tarde

 Enquanto assistia as crianças correndo, uma borboleta me surpreendeu com algo que faz parte de sua natureza, sim, ela estava voando, batendo asas, borboletando! Olhei para o inseto, movimentando-se entre as correntes de ar, parei e dei asas, não para ele, pois ele já as tinha, mas para minha imaginação.

 Pus-me quieto, em um canto, e mergulhei num imaginário no qual realidade e ficção se misturaram. Visitei lugares inimagináveis, conheci pessoas inesquecíveis, tive paixões intermináveis e amores desprezíveis. Venci minhas fraquezas, encarei meus medos, tornei-me forte, mais e tão forte que fui capaz de reconhecer todas as minhas fragilidades. 

 Por um instante pensei que aquela tarde nunca acabaria... Somente quando a criança que corria em torno do sol terminou sua volta foi que pousei na terra, olhei para o chão e lá estava, caída, completamente paralisada, nem o vento movia suas asas. 

Então, logo, percebi que a  borboleta tinha partido, a tarde havia acabado e as crianças haviam dormido.         

2 comentários:

  1. Precisamos devanear de vez em quando, mesmo que só em poesia. Adorei Nonato, me faz lembrar uma conversa que tivemos sobre eu-lírico e autor. Às vezes até eu confundo você com ele, kkkk Parabéns!

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  2. Oi Gi,(Eu)acredito que esse tom confessional: "uma borboleta me surpreendeu com algo que faz parte de sua natureza," tenha criado essa confusão que vive me atordoando e confundindo também. Não eu sei te dizer quem escreve mais... rsrsrs
    Obrigado,
    Beijos

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